terça-feira, 16 de maio de 2017

Não sou a Rapunzel. Mas gostava.

Um assunto que tem despertado o meu interesse ultimamente é os pequenos-almoços dos portugueses.

Agora que ando em reeducação alimentar* (cenas dos próximos capítulos), tenho andado obviamente mais preocupada com aquilo que meto cá para dentro. E eu, que sempre fui magrinha e assim a dar para o jeitosinha (adoro dar material às minhas haters do coração), sempre comi toda a porcaria e mais alguma - só não comia a própria embalagem das porcarias que consumia, porque depois a digestão demorava muito e não tinha espaço para comer mais logo a seguir - dou por mim à procura de opções saudáveis, mas que não me deixassem com vontade de comer a minha própria mão.

E é aí que me deparo com todo um mundo de gente que... pasmem-se!, come uma torre de panquecas todos os dias de manhã. Sim, é isso mesmo.
Para mim, as panquecas sempre foram daquelas coisas que uma pessoa faz quando não há pão em casa e não apetece ir à rua, ou quando quer fazer um lanchinho mais upa upa. Pequeno-almoço é pão com manteiga pá, não me lixem!

Eu não sou nada dada a redes sociais, não gosto do FaceBook, não twitto, não tenho uma conta no Pinterest e nunca entrei no Snapchat, mas sou viciada no Instagram. 
E no Instagram (nas outras redes não sei) todos os pequenos-almoços são uma torre de panquecas. Ah, as papas de aveia com framboesas também estão super em altas e obviamente as bananas do mundo inteiro estão em perigo de extinção, a julgar pela quantidade de banana que os instagrammers comem.
Será que há aqui um viés de seleção na minha análise? Ou seja, será que isto é só um fenómeno de Instagram?

E depois fico a pensar: mas estas pessoas acordam mais cedo todos os dias para fazerem isto das panquecas e das papas?! É que eu quando quero comer tapioca durante a semana de manhã ou mesmo uma panqueca (não como uma torre, não sou a Rapunzel, para me colocar em cima de uma torre, pessoas - mas até gostava de comer uma torre de panquecas todos os dias, já que não posso comer dois pães "cummanteiga"); dizia eu, quando quero comer uma tapioca ou uma panqueca, acordo mais cedo para fazer, não consigo estar ali de roda da frigideira como se tivesse todo o tempo do mundo, quando há toda uma A5 para enfrentar! 

É que perdi mesmo algum tempo a pensar nisto das panquecas e a estudar caso a caso. 
E depois resolvi desenvolver mais o meu case study e passei para os almoços. Todas as pessoas comem todos os dias ovos e abacates e salmões. Às vezes perdem a cabeça e atacam um peito de frango. Na loucura um peixe grelhado com uma saladinha. 
Mas está tudo doido?! Não há migas, nem feijoadas neste país?!? Esparguete com frango estufado?! Arroz de grelos?! Um jaquinzinho ou outro? Nada?!...

A minha mãe diz que isto-é-só-para-o-instragram-essas-pessoas-comem-igual-a-nós-filha-não-te-maces-com-esse-assunto. E foi aqui que eu me insurgi. Mais com a parte do "nós". Eu não como igual a ti, mãe, ok?! Eu estou em REEDUCAÇÃO ALIMENTAR.

Mas talvez a mastermom tenha razão. 

Amanhã quero tudo a mostrar o seu pão com manteiga. E só para efeitos estatísticos, vou também comer um pão com manteiga (ou dois) ao pequeno-almoço.


* Expressão para DIETA para quem não quer assumir que está de dieta

1 comentário:

  1. Afinal és mesmo tu (o segundo parágrafo denunciou-te).. desde q descobri o teu blog na semana passada que andava aqui numa angustia.. mas quem é esta e o que fez à M(BR) que eu conheço?! 😊
    Gosto de te ler. Parabéns 😉😘

    Sofia

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